quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A Cura do Câncer

Tinhamos acabado de nos mudar para aquele apartamento, era um sonho se realizando e tudo ia bem; com muitas dificuldades mas ia bem!
Numa tarde resolvi tomar um banho pra relaxar e fui curtir meu banheiro novo. Eu estava no meio do banho quando senti uma pontada na mama esquerda. Fiquei assustada mas em seguida ouvi: “fique calma, eu permiti e estarei no controle”.
Aquelas palavras não tinham o menor sentido pra mim e achei que fosse coisa da minha cabeça! Não senti mais nada e definitivamente esqueci daquilo. Naquela época eu ainda não tinha meus ouvidos e espírito afinados para dicernir a voz de Deus e por isso vejo que me enganei muitas vezes!
Era o ano de 2000 quando aconteceu o episódio do banho, QUATRO ANOS se passaram e muitas coisas aconteceram, muitas mudanças haviam acontecido dentro de mim e de minha casa toda. Nós tínhamos agora uma filha de três anos, não tínhamos mais aquele apartamento de meus sonhos e aqueles quatro anos foram de muito moldar de Deus em minha vida. Aprendi ouvir mais facilmente a voz de Deus e minha fé havia aumentado muito!
Era 12 de dezembro de 2004, meu aniversário de 30 anos. Eu sonhei com essa data durante anos, queria fazer uma festa e poder comemorar aquela data que durante minha infância toda, achava algo tão longe de se chegar...
Neste mesmo dia eu tinha um exame de ultrasonografia de mama que meu ginecologista havia pedido dias antes, ele me presenteou com o exame pois achava que a partir dos 30 anos eu deveria fazer um por ano. Coicidentemente o consultório marcou o exame para o dia do meu aniversário.
Eu fui toda serelepe e animada com minha festa daquele dia. Estávamos eu e o Marcelo.
Escolhi uma médica irmã em Cristo pra fazer o exame e estava calma. Fui chamada e ela começou o exame. Ia tudo bem até ela chegar na mama esquerda e aí veio a notícia... Havia algo muito esquisito, bem grande e com forte chance de ser um tumor bem no meio da mama e bem profundo que não podia ser palpado. Por isso nunca percebi nada nem o meu médico, pois sempre fiz o auto exame e ia às consultas regularmente.
Naquele instante eu não via nada, não ouvia nada e não conseguia pensar em nada. Parecia que tudo tinha desabado e só havia restado eu e aquela tela com aquele contorno desenhado nela.
Foi exatamente naquele momento que vi o quanto sou frágil, pequena, e vulnerável! Nunca em minha vida eu havia sentido um peso tão grande de ameaça à minha vida e totalmente fora de meu controle.
A médica nos orientou a buscar um mastologista urgente e dar início ao tratamento, fosse ele qual fosse.
Bom, meu aniversário tinha ido para o espaço, e minha cabeça também! Eu não conseguia nem chorar. E o pior era ter que esconder dos filhos e de meus pais, pois ambos são hipertensos e meu pai havia saído da UTI recentemente por problemas cardíacos. E se tem algo que nunca consegui fazer é fingir um semblante diferente do meu interior. O Marcelo vivia me dizendo que eu não sabia esconder meus sentimentos e que sabia ler meu interior pelo meus olhos, por tanto vocês podem medir meu esforço para poupar minha família daquele sofrimento.
O Marcelo naquela época ainda não havia se curado de um problema de alma, que toda vez que algo impactante acontecia, ele bloqueava seus sentimentos e agia como se nada estivesse acontecendo. E mais uma vez isso aconteceu. Nós retornamos para casa depois da notícia e ele voltou à trabalhar sem tocar no assunto e me tratando o mais normal possível, muitas vezes até mais frio do que o normal.
Sinceramente não me recordo dos dias seguintes, eles se apagaram de minha memória, sempre tive facilidade de lembrar de tudo e em detalhes, mas esses dias sumiram de minha memória! Eu só me recordo das primeiras consultas que fiz com o mastologista, ele me pediu para fazer uma mamografia e foi aí que meu sofrimento começou de verdade, eu achava que o pior era ouvir a notícia, mas senti que o pior é o descaso das pessoas envolvidas nos laboratórios, convênios e médicos.
Meu convênio simplesmente negou a mamografia, mesmo com o ultrasom em mãos provando a necessidade de fazê-lo! Eu comecei a chorar na mesa do atendente do convênio quando ele me pediu para esperar, pois ia fazer o possível para aprovar, porque o convênio só libera este exame para mulheres com mais de 40 anos.
Logo ele retornou e me autorizou a fazê-lo, disse que conversou com o auditor e eu poderia marcar a data do exame. Glória a Deus!!!
Depois da mamografia, me encaminharam para a biópsia. Fui para o médico mais conceituado de Campinas, eu nem imaginava o que viria!
O exame consiste em retirada de fragmentos do tumor através de uma agulha com garras nas pontas. Agora imagine isto sem anestesia, a sangue frio! Pois é, foi o que me fizeram, quando pensei em gritar... Já era! Só que repetiram isto mais três vezes!!! Não sei como aguentei! O Marcelo estava comigo na sala e presenciou tudo, ele estava passando mal e disse que se precisasse mais uma vez, iria sair.
Ah, o detalhe que esqueci de mencionar é que agrossura da agulha era de uma agulha de crochê!!!!
Colocaram um esparadrapo no buraco e me liberaram. Eu chorava tanto, me sentia agredida, violentada, pois ninguém me explicou como seria, me enganaram dizendo que não era para olhar e que não doiria nada... E eu acreditei!
Mas era preciso, eu só não sabia que a dor de passar por tudo isso SEM ANESTESIA não era preciso, descobrimos meses depois que o convênio paga pela anestesia, mas o médico aplica se quiser, né? Ou embolsa o dinheiro dela, e foi o que ele fez.
Eu estava em uma salada de sentimentos que nem consigo relatar todos, mas a raiva e a sensação se solidão eram eminentes.
Neste dia Deus começou me mostrar que Ele estava vendo tudo aquilo, pois a sensação que eu tinha era que Deus tinha tirado férias e me largado naquela situação. Acredite, era assim mesmo que eu me sentia, sendo punida por algo que eu nem mesmo sabia!
Voltei pra casa e me tranquei em meu quarto, não queria ver ninguém. O telefone tocou e o Marcelo atendeu e me falou que um irmão da igreja queria falar comigo, quase perdi a santidade naquele momento falando um palavrão, mas o Marcelo insistiu muito e eu atendi. Era um irmão da igreja que telefona para os novos membros ou visitantes. Mas eu já estava na igreja há um ano e só agora eles estavam fazendo aquela ligação? O que era aquilo?
O irmão foi falando que eu podia falar com ele e que Deus tinha direcionado aquela lligação, era tudo o que eu precisava!
Eu nem sabia a cara daquele irmão, fui me abrindo, chorando e desabafando um pouco, Deus sabia que eu precisava daquilo pois não podia contar com mais ninguém!
O resultado da biópsia viria só um mês depois, e eu não tinha nem idéia de como iria fazer para suportar aquela situação até lá.
Nesta altura meus pais já sabiam e consequentemente todos na família. O olhar de pena e aquelas palavras quase que de despedidas eram a morte pra mim.
O clima de luto pairava em casa e em toda minha família, mas são nessas horas que vejo Deus usando meu jeito “gregonildo” de ser e fazendo essa herança genética me ajudar muitas vezes. Os gregos são muito alegres por natureza, e tratam os problemas com facilidade de expressão e otimismo! Louvado seja Deus por essa qualidade que herdei, e foi assim que me coloquei de pé pra fazer uma ceia de Natal em minha casa. Sempre curti receber gente em casa e me dei de presente isto!
Ninguém estava entendendo minha postura, mas respeitaram. Eu não aguentava mais ver as carinhas tristes de meus filhos, apesar de não saberem nada sentiam algo estranho no ar e ficavam desajustados emocionalmente. Eu quis mostrar que estava tudo bem pra eles! E parece que deu certo!
Em janeiro o resultado saiu e foi muito esquisito, era de um tumor mutante, ou seja, agora ele é um e dias depois ele já se alterava e era impossível um diagnóstico preciso.
Passei por muitos médicos, e todos me encaminhavam para outros, alegavam não ter condições de me operar, falta de vaga na agenda, o hospital em reforma e até mesmo o absurdo de me dizer que não me operaria porque meu convênio pagava pouco! Esta foi a gota que faltava pra eu estourar. Eu me sentia uma mercadoria, um objeto nas mãos daqueles que seriam os únicos que poderiam tirar aquilo de mim!
Eu me sentia com uma bomba em meu seio e os médicos tentando tirar proveito de minha situação.
Minha peregrinação em médicos já durava UM ANO, me jogavam pra lá e pra cá com seus argumentos mas eu precisava deles pra me livrar daquele tumor. Nunca mais vou esquecer da sensação que passei, é indescritível!
Decidi ir ao um último médico, falei pra mim mesma que se ele não me operarsse voltaria pra casa e esqueceria deste tumor ( como se fosse possível).
Entrei na consulta e não era o médico que eu havia marcado, achei estranho mas ele me alegou que foi um imprevisto e substituiria o primeiro. Passei todo o meu caso e os exames, e pra minha surpresa ele me disse que ninguém queria me operar por causa do tipo do tumor. É muito arriscado mexer nele e o risco de o médico ter problemas é grande tanto na cirurgia como depois com processos movidos pelos pacientes. Este médico fez eu entender o que estavam fazendo comigo, mas também não quis o caso, como todos.
Saí dali amortizada, com a sensação que irira morrer com aquilo que ninguém queria tirar de mim. Eu não via saída pra mim, e pela primeira vez tive uma crise de nervos, entrei no carro e comecei a esmurrar tudo, porta, bancos, painel e gritava como louca! Esta foi uma rara consulta que o Marcelo estava comigo. Quando ele viu meu estado, ficou do lado de fora do carro deixando eu explodir.
Depois de um tempo eu me acalmei e aí veio o choro, o Marcelo entrou no carro como se nada tivesse acontecido, e dirigiu até em casa. Estávamos só nós dois e depois que chegamos eu literalmente o proibi, aos berros, de tocar no assunto do tumor e que eu iria continuar vivendo até quando Deus permitisse. Não iria mais em médicos e iria fazer como ele, ignorar totalmente o problema! Decidi que eu não lutaria mais e iria tocar a vida!
Como sempre o Marcelo nem comentou e me deixou com meus dias. Fui tocando cada dia tentando me enganar cada vez mais até chegar no ponto verdadeiro de confiança em Deus. Entreguei tudo a Ele e comecei sentir uma calma verdadeira, uma certeza que eu estava sendo cuidada! Foi neste momento me lembrei exatamente da cena do meu banho há cinco anos atrás. Aquelas palavras agora tinham muito sentido pra mim, e me agarrei nelas!
A pontada que senti na mama era exatamenta onde estava o tumor, e percebi que Deus queria me ensinar algo muito, muito profundo, pois era algo planejado há anos atrás.
A descrição mais próxima de minha sensação naquele momento é a seguinte: como se eu tivesse me jogado de um precipício sabendo que eu seria pega no ar. Eu joguei fora todas as palavras que ouvi todos aqueles meses dos médicos, e me joguei no colo do Senhor! Pude ver e sentir o cuidado Dele em me avisar anos antes, para saber que Ele estaria no controle! Obrigada Pai, muito obrigada por Seu cuidado comigo, eu te AMO!!!!!!!
Esta foi a entrega mais profunda que fiz em minha vida, consegui continuar amando o Senhor mesmo se Ele me levasse e não me curasse, eu olhava para meus filhos e sentia segurança que o Senhor cuidaria deles e que nada faltaria a eles, pois Deus os ama mais do que eu e se me levasse é porque suportariam a vida sem mim! Não foi fácil chegar até este ponto, principalmente para mim que sempre fui uma pessoa controladora e líder, mas Deus sabe como lidar com cada um de nós.
Alguns meses depois o Marcelo foi chamado pra traduzir uns irmãos dos EUA que eram usados em cura. O Marcelo me arrastou pra lá e eu fiquei no meu cantinho só olhando Deus operar naquelas pessoas e pensando: “se Deus quisesse me curar, poderia ter feito isso antes, não preciso destes irmãos pra ser curada, quando Deus quiser Ele me cura.”
Fiquei sentada ali, quietinha, quando um irmão americano pegou o microfone e disse que Deus queria curar pessoas com câncer. Deu um frio na espinha mas eu sentia que não era pra mim. Quando então uma irmã se levantou e foi receber a cura e eu pensei: “ ta vendo, não era pra mim!” .
Muitas outras curas ocorreram naquele lugar e eu só olhando... Até que aquele mesmo irmão americano que chamou para cura do câncer da irmã, voltou a chamar uma pessoa que Deus esteva dizendo que ainda estava ali e não recebeu a cura! Quase caí da cadeira. E me pus de pé a receber! Assim que aquele irmão começou orar, senti um calor muito forte na minha mama, como se estivesse pegando fogo por dentro. Eu nunca havia sentido algo assim, e pude ter certeza que eu estava sendo curada naquele instante!!!!
Eu tremia tanto que não conseguia nem falar, nem ficar de pé, eu só chorava! E em seguida que voltei pro meu lugar o Senhor mandou eu testemunhar minha cura e assim fiz, pois muitos ali não sabiam o que eu tinha.
Voltei pra casa outra pessoa, querendo até dar beijo no cachorro!
Alguns dias se passaram e minha tia Denise de São Paulo me ligou, falando que irira marcar uma consulta pra mim no Hospital do Câncer e que se eu me recusasse a ir, ela viria pessoalmente me arrastar (e eu sei que ela faria isto mesmo), portanto aceitei e duas semanas depois fui à São Paulo.
Era outra coisa, tive um tratamento completamente diferente, com carinho, atenção e respeito. Avaliaram novamente e pra minha surpresa o bendito ainda estava lá. Mas como? Deus não havia me curado?
Algumas dúvidas tentaram me atormentar, mas não entreguei minha bênção e permaneci com a certeza em Deus na minha cura, não importando o que eu visse ou ouvisse!
Marcaram minha cirurgia e a cada consulta pré-operatória os médicos se abismavam com a minha calma e serenidade. Minha médica achou que eu estivesse tomando remédios ansiolíticos ou calmantes por conta própria. Eles não entendiam minha calma, eu até brincava com eles.
Fui para a cirurgia em 15 de Março de 2006, os médicos me prepararam para tudo e me avisaram que eu poderia voltar sem uma mama e ter que fazer quimioterapia. Mas eu sabia que não seria nescessário nada daquilo, e fui tranquila. Dormi antes da anestesia (pode crer). Os médicos ficaram assustados com minha calma. Glória a Deus!
Correu tudo bem na cirurgia, não tiraram nada além do tumor e me recuperei muito bem, apesar daquele curativo imenso.
Um tempo depois recebi alta do hospital e fiquei aguardando o resultado da biópsia completa. Eles iriam congelar o tumor completo e fatiá-lo por inteiro pra saber tudo sobre ele.
Dez dias depois fui à São Paulo e recebi a notícia de minha médica. Ela me disse que não sabia explicar como o tumor estava dentro de uma cápsula e não deixou nenhuma célula se espalhar pelo meu corpo. Só naquele dia fui saber que eles tinham tirado um gânglio de minha axila para análise e deu em perfeito estado. Se alguma célula cancerígena se espalha, ela passa por este gânglio deixando rastros.
Dentro do tumor já haviam células malígnas mas não se espalharam graças à capsula que o Senhor fez pra mim, pois o laudo final dizia que o tumor tinha formação de mais de dois anos e ele leva mais um bom tempo pra se formar, sendo assim o início do tumor bem próximo a data do aviso em meu banho.
E a conclusão da médica neste meu retorno pós-operatório foi a seguinte: “ você está curada, pode ir pra casa e retomar sua vida por completo”, e assim fiz!!!!
Além de minha cicatriz na pele, tenho a cicatriz na alma que me faz lembrar de um sofrimento que mudou por completa a minha vida espiritual.
Olho pra esta cicatriz em meu peito e vejo o amor de Deus por mim! Agradeço por ter me feito passar por tudo aquilo. Hoje sou outra mulher, tanto na minha vida aqui como com o Senhor!
Dias virão em que se não confiarmos assim no Senhor, não teremos chance de vitória!
Aprendi a amar a Deus de um modo incondicional, forte e muito íntimo, mas também pude sentir um amor especial por mim, um amor que só sente aqueles que se jogam no colo do Pai, independentemente de situações!
Deus é o mesmo de Gênesis, nós é que PRECISAMOS mudar nossa maneira de vê-lo !
DEUS ME AMA, TE AMA, SEMPRE NOS AMOU! DEIXE ELE CUIDAR DE VOCÊ!!!

Cecília Vassiliades Pádua
10/01/08

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Orar em línguas!? Eu hein!

Desde que comecei a frequentar igreja evangélica e via o pessoal orando em línguas estranhas, como o nome diz, eu achava muito estranho e como homem, racional, ficava com aquilo na cabeça: "será que isso é de Deus?".

Quando um dia, na reunião de senhoras (descrita no testemunho Futuro dos filhos neste blog), uma irmãzinha começou a orar em línguas, ali do meu lado.

Claro que a dúvida apareceu imediatamente, só que dessa vez, apenas na minha mente, perguntei ao Senhor: "Pai, esse negócio é teu mesmo?". Não abri minha boca, mas perguntei a Deus que é onisciente e conhece nossos pensamentos.

Com muita tranquilidade, a irmã que orava em línguas parou, me chamou, porque estava de olhos fechados, e disse: "O Senhor mandou te dizer que esse negócio é Dele!".

Quase caí das pernas ao ouvir aquilo, mas aprendi a colocar minhas dúvidas diante de Deus, porque Ele responde. Até dúvidas que parecem bobas, como um pai ensina o filho pequeno, Ele nos ensina.

Alguns anos mais tarde, o Senhor me abençoou com esse dom descrito em 1 Coríntios 12.

Marcelo Donadoni Pádua

O Nascimento da Laura

Nós tínhamos dois meninos e parecia o suficiente, no fundo eu não me imaginava mãe de uma menina, mas admirava quando via uma toda de cor de rosa.
O tempo era corrido em nossa casa nesta época, eu era síndica do edifício que morávamos e o Marcelo tinha 3 empregos, ele saía de casa às 6:30 da manhã e retornava às 23:00 da noite. Foi um tempo difícil!
Minha vida era um sufoco, pois o edifício e meus afazeres de casa tomavam todo tempo e paciência minha. Eram moradores me chamando pelo interfone o dia inteiro e muitas vezes durante a noite e madrugada. Eles viam que por eu ser mulher e estar sempre desacompanhada do marido, podiam abusar de minha paciência!
Bem nesta época meu filho caçula começou me pedir uma irmã, do dia pra noite ele encanou com isso e a todo o momento nos lembrava com cobrança!
Certo dia minha paciência estava mais curta do que o normal, e quando ele tornou a me pedir uma irmã, não tive dúvida e mandei ele se entender com Deus. Eu já havia explicado que eu tinha um problema e não conseguiria engravidar novamente, mas ele ignorava este fato, e sendo assim falei para ele se entender com Deus, pois só Ele poderia resolver este problema para ele.
Depois de alguns minutos meu filho volta e me diz assim: “mamãe, eu já oei pa Jesus e Ele me falou que vai me dá uma imã que chama Laula, tá bom?” Eu achei lindinho o jeito de falar dele e não dei a menor importância para a fé daquele pequenininho! Achei que ele próprio tinha criado aquela história, dei um “hã hã” pra ele e continuei com minha correria.
No dia seguinte meu filho já queria comprar roupinhas pra Laura, ficava falando o tempo todo sobre essa menina, fazendo planos etc. Eu andava nas ruas com ele, e tudo que fosse de menina, ele queria comprar. No começo achei que fosse passar logo, mas aquilo já estava me preocupando. Fui falar com minha mãe, pois ela é psicopedagoga e poderia me ajudar administrar essa situação. Ela me aconselhou a ignorar, pois passaria logo! Mas ele não desistia!
Três meses depois, estávamos nos preparando para sairmos de férias por uns dias, era dezembro e os meninos estavam animadíssimos, porque era raro termos tempo pra isso! Estava quase tudo pronto quando comecei à passar mal do estômago, achei que minha gastrite estivesse atacada, mas a coisa foi piorando e eu não tinha condições de pegar a estrada daquele jeito! Adiamos nossa viagem para o outro dia e fui ao médico, e achei um absurdo a suspeita do diagnóstico dele! O médico me pediu um exame de gravidez! Vê se pode? Dos meninos tive o maior trabalhão pra engravidar à base de tratamentos, essa hipótese de eu estar grávida assim do nada, era absurda!!! O que eu tinha que aprender é que a soberania de Deus existe, e a fé de uma criança é muito séria pra Deus!!!
Quase caí de costas quando abri o resultado e li: “positivo”, comecei à chorar no carro, estávamos eu e o Pedro. Ele me perguntou por que eu estava chorando, e falei que era porque eu estava feliz em estar grávida! Ele pegou o resultado em sua mãozinha e ficou pulando no banco do carro falando: “ela vem vindo”. Nunca mais vou esquecer aquela cena!!!
Quando chegamos ao prédio, o Pedro correu para a portaria com o resultado na mãozinha dizendo: “olha sr. Joel, minha irmã escreveu uma carta falando que ela está chegando, olha !”. O porteiro pode não ter entendido nada, mas eu entendi o poder da fé de uma criança, e como Deus honra isto!
Aquilo foi um tabefe em minha cabeça, um verdadeiro “presta atenção” de Deus em minha vida! Como aquele menininho poderia ter tanta fé e eu que já conhecia tanto de Deus ( ou melhor, achava que conhecia ), não conseguia crer como ele! Mesmo com o resultado em mãos, só me vinham as dúvidas e as preocupações de como seria daqui pra frente?
O Pedro fez exatamente como Jesus esperava que eu também fizesse, ele comemorou até ficar exausto e em momento algum transpareceu outra coisa senão alegria! Mas eu não conseguia pensar em outra coisa senão as preocupações com o futuro, enfim peguei aquela bênção linda e transformei em peso pra mim! E era justamente aí que Deus queria me mudar!
Eu estava passando muito mal com náuseas o tempo todo, e nem convênio médico eu tinha para procurar uma ajuda. Fui trabalhando a trancos e barrancos, levando um dia de cada vez.
Tudo do enxoval dos meninos eu havia doado e não tinha mais nada em casa e seria muito difícil comprar tudo de novo, pois estávamos muito apertados financeiramente!
Fui orar com uma irmã muito querida, a irmã Maria do Carmo, eu coloquei meu desespero diante de Deus, pois estava sem convênio médico, sem marido para me acompanhar, sem dinheiro, e com um caminhão de problemas no prédio pra resolver, pois estava tudo atrasado devido a minha indisposição quase que diária!
Naquele dia o Senhor me tranquilizou usando aquela irmã, Ele me disse que aquele bebê teria tudo que precisasse, e que eu apenas aguardasse o milagre diante de mim.
Os primeiros meses se passaram e eu estava no terceiro mês de gravidez, quando consegui uma consulta de pré-natal, fiquei desesperada com o descaso do médico, pois além de nem medir a pressão, não olhava nem no rosto das pacientes! Quando orei por isso, o Senhor me deu o sentimento de procurar os cartões dos outros pré-natais que fiz com minha médica do convênio e segui-lo. Assim fiz até o sétimo mês, exames foram apenas uns hemogramas que sempre davam anemia, como tenho um problema de talassemia. Esse problema foi acompanhado de muito perto nas outras gestações porque a ausência de ácido fólico pode causar sérios danos cerebrais no bebê, essa anemia é genética e precisa ser acompanhada a vida toda, principalmente em gestações; o que não deram nenhuma atenção.
Eu não tinha outra saída senão confiar no Senhor, tomar minhas vitaminas e tocar adiante. Fiz apenas um ultrassom que me foi doado por uma moradora do prédio, que tinha acesso a uma clínica de radiologia.
Nesta época o Marcelo conseguiu me colocar em um convênio, não era lá essas coisas, mas era melhor que o público! Fiz um hemograma e os médicos me mandaram imediatamente para o hematologista, pois os meus resultados eram os mesmos de pacientes que estão em grave risco de vida!
Em minha primeira consulta com o hematologista, ele ficava olhando para mim e para o resultado do exame com uma cara de espanto notória! Depois de muita análise sobre o quadro, ele me disse que não sabia como eu estava ali em sua frente, pois eu não teria condições de estar em pé devido ao grau da anemia e que meu bebê corria sério risco de vida! Então me encaminhou para a internação e me receitou um soro preto, com mais ou menos 1 litro e meio, que continha TUDO que se possa imaginar em vitaminas dentro dele!
Depois de dois dias retornei a fazer os exames e nada! Os índices eram os mesmos e os médicos não acreditavam. E assim repeti esse processo por várias semanas, e nada! O médico me encaminhou para uma transfusão de sangue alegando que eu não suportaria uma cirurgia como a cesárea. No mesmo instante recusei, pois isso é muito arriscado para o bebê! O hematologista se recusou a continuar me acompanhando depois de minha recusa, ele alegava que não poderia fazer mais nada e era pura loucura eu passar por um parto naquela situação. Não me importei, sabia que o mesmo Senhor que tinha feito o milagre de minha gestação, cuidaria de nós duas!
Fomos para casa e oramos por isso, todos ao redor estavam em pânico, eu iria para um parto de alto risco sem saber em qual hospital ou quem faria o parto, nem cartão de acompanhamento eu tinha! Mas eu estava em paz, não sei como consegui atingir aquele nível de entrega, só sentia o tempo todo algo me dizendo que Deus estava no controle! E estava mesmo!!!
Lembro do dia que fui orar por meu parto, que Deus não soltasse de minha mão nenhum instante, eu me sentia ao mesmo tempo muito tranquila e triste por estar passando um momento como aquele! Quando fui me entregando em minhas orações, ouvi nitidamente uma voz me perguntando onde e com quem eu gostaria de ter meu bebê!
No primeiro instante titubeei em responder, mas em seguida reconheci aquela voz em meu interior, e coloquei todos os desejos de meu coração diante do Senhor. A única coisa que ouvi em seguida foi a pergunta se eu conseguia crer que Deus poderia atender todos aqueles desejos. E respondi que sim sem dúvida alguma!
A partir daquele dia tudo começou chegar aos meus olhos, a Laura ganhou um quarto todo coordenado desde a lixeirinha até o berço, com cortinas, trocador, enfeite de porta pro hospital, carrinho, babá eletrônica, e um enxoval completo!!! O Marcelo tinha uma amiga que havia tido um bebê há um ano, e queria trocar a decoração do quarto de seu filho, mandando para mim tudo o que era de bebê! Ficou lindo, até cadeira de balanço Deus me abençoou!
Nenhum de meus filhos teve um quarto tão lindo e com tanto enxoval, como a Laura! Depois daquele presente de Deus, sabia que tudo iria dar certo.
As mulheres do prédio fizeram um chá de bebê e arrecadaram muitas fraldas descartáveis, aliviando o nosso orçamento. Faltava apenas 30 dias para o parto e o Marcelo foi enviado para os EUA a trabalho, devendo ficar por lá uns 15 dias. Foi muito difícil ficar sozinha naquelas condições, eu chorava literalmente todos os dias, quase não conseguia falar com o Marcelo quando ele me ligava, só chorava!!!
Estava tudo pronto para o parto e eu continuava crendo que Deus era fiel comigo e que eu não estava sozinha!
O Marcelo chegou faltando uns dias para o parto. Foi quando soube que sua empresa tinha feito um convênio médico para os funcionários, mas estaria valendo só para o outro mês! Ou seja, não daria tempo!
Liguei para meu antigo médico e expliquei a situação, ele me disse para ir até lá fazer uma consulta e que esperaria o convênio liberar tudo depois. Assim fui.
Chegando lá imediatamente ele diagnosticou que meu útero estava prestes a romper, e que se isto acontecesse não daria tempo de salvar mãe e filha, por isso me mandou para onde? Para o hospital que eu havia pedido em oração a Deus, e me falou que faria o parto e que depois acertaríamos as questões burocráticas do convênio. Em uma hora já estava no hospital me preparando para o parto! Eu nem podia acreditar, era o hospital que pedi, o médico que pedi, tudo certinho... Só não sabia como íamos acertar tudo aquilo, pois o médico espera pra receber, o hospital não! Mas Deus é fiel!
Um amigo e irmão em Cristo que trabalhava com o Marcelo viu a nossa situação e acelerou o processo da adesão do convênio. A Laura nasceu dia 2 de agosto à noite, e dois dias depois do parto, exatamente no dia de acertar a conta com o hospital, a liberação do convênio saiu, e como era plano empresarial não teria carência, sendo assim o convênio arcou com todas as despesas e eu tive minha filha no lugar e com quem eu queria, pra honra e glória do Senhor!
Outro detalhe que me esqueci foi que quando cheguei na sala de parto, me deram a anestesia e em seguida meu útero rompeu, mas como já estava tudo pronto, conseguiram tirar a Laura e estancar a hemorragia uterina a tempo, pois é justamente ela que causa o óbito.
Hoje estou aqui testemunhando tudo isto, pra que o Senhor Jesus seja exaltado, e que a fé de todos que lerem, sejam edificadas em Cristo!
Minha filha é uma bênção em nossas vidas e será sempre uma prova viva do amor de Deus por nós! Obrigada Pai!

Cecília Vassiliades Padua
03/12/07

domingo, 5 de setembro de 2010

Futuro dos filhos

Desde que eu e o Marcelo nos casamos, nossa vida foi e tem sido um recomeçar constante. Não nos casamos sem nada, pelo contrário, nos casamos com um terreno quitado e em um ótimo lugar, uma moto praticamente zero quitada , tínhamos todos os móveis, morávamos em uma excelente casa sem pagarmos aluguel ( era emprestada pelo pai do Marcelo ) e um ótimo emprego para o Marcelo! O que mais nos faltava? Por que não tivemos continuidade a esse próspero começo?
Nem tudo que se começa bem termina bem, essa foi uma lição que aprendemos com o tempo. Só um fator pode nos dar certeza de sucesso na vida; ter Jesus na liderança de tudo, porque mesmo tendo tudo no início o risco de se perder tudo é muito grande!
Planejamos nossa vida, nos sentíamos preparados para trilharmos nossa autonomia na vida, e o que deu errado?
Hoje, com 15 anos de casados vemos que o erro não foi somente nosso, o que passamos foi uma consequência do que recebemos de nossos pais e do que escolhemos para nós!
O Marcelo recebeu pouquíssima instrução na Palavra de Deus e por outro lado recebeu muita instrução de preparo educacional, fala duas línguas, excelente faculdade, estudou sempre em ótimos colégios etc.
Eu recebi pouca instrução da Palavra de Deus e pouca instrução educacional também, mas por outro lado já havia experimentando na pele o sustentar de Deus desde criança! E começamos uma nova família com essa bagagem!!!
Em Provérbios 3:5 diz “ Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento “. Esta passagem sempre esteve na Bíblia, eu e o Marcelo é que nunca julgamos necessária a leitura da Bíblia em nossas vidas e por isso continuamos a caminhar ao contrário do que diz Provérbios 3:5, este foi nosso erro!
Nós não dávamos importância para a Palavra como caminho realmente, porque nunca tivemos essa direção em nossas casas, não recebemos este ensinamento de nossos pais! Recebemos sim, que Deus é grande (mas quanto?), que Deus cuida (mas como?), e que Ele está em todos os lugares etc. Tudo muito vago e superficial. Não que fosse de propósito, mas foi também o que nossos pais receberam, nós colhemos os frutos de várias gerações!
Todos os pais tem a escolha de como vão instruir seus filhos, isso pode ser pelo modo mais fácil que é dando o que se recebeu, ou escolhendo mudar a história de gerações!!
Quando falamos em mudanças parece doloroso, e é! Mas a boa notícia é que quando optamos mudar para mais perto de Jesus, teremos TUDO para crescermos e sermos abençoados. Teremos consolo, suprimento em todos os sentidos, curativos espirituais, e a voz do Espírito Santo como nossa direção.
Tínhamos garra e muita confiança... Em nós mesmos, mas fomos lutando e Satanás também!
Logo que casamos, joguei fora a oportunidade de guardarmos dinheiro para o futuro não pagando aluguel e resolvi que mudaríamos para Sumaré (nesta época eu nem sabia o que era submissão ao marido), bati o pé por mero capricho de insegurança de estar longe de meus pais. Troquei uma casa grande de esquina só nossa, por dois cômodos ao lado da casa de meus pais!! Deus me abençoando e eu com frescura de insegurança, mais uma vez porque não conhecia a Palavra, pois se tivesse lido em Salmos 34:7 que diz “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.”, não teria colaborado para o início de nossa decaída!
Morando em dois cômodos tudo fica mais difícil, ainda mais no início de uma vida à dois. O Marcelo trabalhava o dia inteiro na loja de seus pais, outro erro de insegurança, pois ele havia recebido proposta de emprego em excelentes empresas, mas se sentiu mais seguro vendendo queijo de bar em bar com o pai e assim ficava cada vez mais difícil de fazer nossa vida sozinhos como diz em Gênesis 2:24: “ Por isso deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher como uma só carne.”
A Bíblia é o manual de vida, sem ela é impossível termos uma vida abençoada e em paz!
Quase dois anos de casamento já haviam se passado e fiquei grávida de meu primeiro filho, com isso os dois cômodos ficaram inviáveis, e os pais do Marcelo já haviam dado outro destino à nossa antiga casa, portanto não tínhamos como voltar pra lá!
Resolvemos financiar um apartamentinho em um condomínio popular em Sumaré, só que como todo financiamento bancário, exige um milhão de documentos e a burocracia é tremenda. Por causa do trabalho do Marcelo sem registro, nos mudamos quase um ano depois e à base de falcatruas de documentos pra conseguirmos a liberação do financiamento (o desespero e falta de Deus nos leva ao pecado).
Demos a moto do Marcelo como entrada e nos mudamos. Nosso filho já havia nascido e aqueles dois cômodos ficaram um aperto só até nossa mudança!
Com tudo mais organizado (aparentemente), fomos levando a vida como todo crente sem compromisso com Deus! Mas o devorador nos rondava e nos assolava sem que percebêssemos no início.
Dois anos depois a coisa começou apertar, pois as parcelas do apartamento ficaram cada vez maiores, pois sem a direção de Deus nos enfiamos em um contrato de “nó cego”, e fomos ver isso só depois. E como todo mundo do mundão, só resolvemos procurar aquele que sempre ouvimos falar, mas nunca tínhamos tempo pra conhecer; Jesus Cristo, depois que a coisa ficou feia, é claro!
Começaram aparecer os defeitos um do outro cada vez mais em nosso casamento, o Marcelo se afundou em trabalho e faculdade à noite, eu cuidando da casa e de nosso filho, e a distância cada vez maior entre nós dois!
Tudo parecia um pouco entediado, pesado e não era nem um pouco parecido com aquele conto de fadas que tínhamos sonhado. A desilusão era crescente e sempre me sentia sozinha, como que faltando algo. Foi aí que cheguei à conclusão que queria mais um filho, pois nosso primogênito já estava com 2 anos e não queria esperar para ter outro filho. Comecei o tratamento e alguns meses depois estava grávida! Minha segunda gestação foi perturbada e cheia de problemas com a família do Marcelo, eles não aceitavam muito minha segunda gravidez (nunca entendi o porquê, esta rejeição perdura até hoje com meu segundo filho), os ataques do inimigo partiram para um patamar mais agressivo e com o nascimento de outro filho, o estresse do parto, a ausência quase permanente do Marcelo e aquele sentimento de solidão cada vez maior, me transformei em uma mulher fria e distante.
Tentamos lutar contra o banco do financiamento, tentando trazer as parcelas pra um preço justo, mas foi em vão. Muitos moradores abandonaram seus imóveis por não terem condições de honrarem os pagamentos e nós fomos um deles!
O único jeito dado a nós pelos advogados foi este ou pagarmos uma fortuna pra eles brigarem durante anos na justiça, correndo o risco de perdermos do mesmo jeito. Então pegamos aquele terreno quitadinho e demos como entrada em outro imóvel financiado direto com a construtora e mais o nosso único carro. E lá fomos nós pro buraco mais um pouco, e sempre achando que fazia parte da luta!
O antigo apartamento, o pai do Marcelo pegou para ele, e pediu para darmos uma procuração dando à ele o direito de administrar o imóvel perante a justiça, mas tudo o que havíamos pago anteriormente durante 5 anos ficou pra trás, não recebemos nada dele!
Recomeçamos tudo de novo do zero, sem carro, com uma dívida de financiamento tudo de novo (desta vez olhamos o contrato direito), e agora com dois filhos pra criar!
Foi nesta época que começamos buscar o Senhor de uma maneira mais profunda, por puro desespero, mas saímos do marasmo espiritual. Nesta época o Marcelo já havia se convertido, se batizado em uma igreja evangélica e aprendíamos mais um pouco de Deus naquele lugar.
Comecei á frequentar um grupo livre de estudo bíblico com algumas senhoras durante minhas tardes ociosas, e foi lá que conheci o poder de Deus e passei à ver alguns de nossos erros, mas ainda não conseguia mudá-los.
Algum tempo depois percebi que se nós quiséssemos bênçãos, teríamos que fazer uma escolha de mudança radical em nossas vidas e teria um preço à ser pago por essa decisão. O Marcelo e eu colocamos tudo isso diante de nós e de Deus, oramos juntos (coisa antes nunca feita), e começamos a reforma. O que cabia a nós tirar de nossas vidas estávamos fazendo, mas tínhamos muita coisa à aprender ainda com Deus!
Nós não tínhamos bagagem espiritual nenhuma, ela tinha que ser adquirida no próprio casamento. É isso que quero enfatizar, nós estamos sempre preocupados com o futuro de nossos filhos, com a educação, as amizades, a saúde e não percebemos que a bagagem principal é a espiritual. Sem ela todo o resto se perde quando tentamos voar sozinhos!
Estou aqui abrindo nossa vida para alertar você que ama seus filhos ou pretende tê-los, cuidar da vida de um filho vai muito além de suprir aquilo que ele precisa no dia a dia, com roupas, comida, lazer etc. O que você vai plantar na vida espiritual dele é que vai determinar o seu futuro de verdade!
Eu e meu marido colhemos muitos problemas, dores, e angústias que poderiam ter sido evitadas com uma semente de Deus desde nossa infância.
Filho é uma esponja, ele capta tudo que os pais fazem, mais do que aquilo que os pais falam. Por isso nossas atitudes perante eles valem muito! São nos problemas do dia a dia que eles enfrentam com vocês, que a diferença é estabelecida e a semente de Deus é plantada! Devemos ensinar nossos filhos sobre quem é Deus, sua importância em nossas vidas e como ele está perto de nós e nos ama. A Palavra de Deus deve ser lida sempre para eles, mas acima disto tem que ser vivida na vida da família!
Em Prov.22:6 diz “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele.” A Palavra de Deus tem que ser ensinada à eles, e essa tarefa cabe primeiramente aos pais, depois à igreja.
Quando os pais recebem a notícia da gravidez, já começa o trabalho perante Deus, as orações por aquele bebê ainda no ventre e as bênçãos e profecias que lançamos sobre ele, terão um poder imenso sobre a vida dele!
Como eu e o Marcelo só recebemos instruções do mundo e maldições (muitas vezes lançadas por nossos pais involuntariamente), o resultado só podia ser aquele mesmo!
Nesta época aprendemos que Deus cuidaria de tudo e achamos que era só viver e que Deus iria pagar nossas contas! Faltou dizer-nos que para isto é preciso caminhar com coerência e administrar o dinheiro com sabedoria, como mais uma vez encontramos a resposta na Bíblia em Mateus 25:14-30, que nos ensina através da parábola dos talentos como fazer isto!
Como não conhecíamos ainda esta passagem, literalmente abandonamos os cuidados com a conta do banco e mais uma vez nos vimos em dívidas, que para sairmos dela, trocamos o apartamento de 3 quartos por um de 1 dormitório em construção que custava o valor do que nós já havíamos pago no de 3 dormitórios. O detalhe é que nossa família não cabia nele, então fomos para o aluguel.
Moramos de aluguel durante 3 anos, até o Marcelo conseguir um emprego bem melhor e podermos começar a reconstrução tudo de novo!
Quando olho pra trás, vejo muita perda de tempo, dinheiro e felicidade. Tudo porque tivemos que aprender a trancos e barrancos, da maneira mais dolorosa!
Hoje pagamos ainda por erros cometidos anteriormente, mas hoje temos a Palavra de Deus como nossa luz e assim o que nos é acrescentado de bênçãos, ninguém nos tira! Todos nós estamos sujeitos a errar, mas se prepararmos nossos filhos de acordo com a Palavra, a colheita deles será melhor que a nossa!
Nunca podemos nos esquecer de que prestaremos conta à Deus um dia, sobre o que fizemos com a vida de nossos filhos e como os preparamos. Pois Deus os confiou a nós! Cuidemos deles com excelência, como tudo que fazemos ao Senhor!
Filho é coisa séria e o amor de Deus por nós também. Glória a Deus!!!

Cecília Vassilíades Pádua
30/11/07