segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Orar em línguas!? Eu hein!

Desde que comecei a frequentar igreja evangélica e via o pessoal orando em línguas estranhas, como o nome diz, eu achava muito estranho e como homem, racional, ficava com aquilo na cabeça: "será que isso é de Deus?".

Quando um dia, na reunião de senhoras (descrita no testemunho Futuro dos filhos neste blog), uma irmãzinha começou a orar em línguas, ali do meu lado.

Claro que a dúvida apareceu imediatamente, só que dessa vez, apenas na minha mente, perguntei ao Senhor: "Pai, esse negócio é teu mesmo?". Não abri minha boca, mas perguntei a Deus que é onisciente e conhece nossos pensamentos.

Com muita tranquilidade, a irmã que orava em línguas parou, me chamou, porque estava de olhos fechados, e disse: "O Senhor mandou te dizer que esse negócio é Dele!".

Quase caí das pernas ao ouvir aquilo, mas aprendi a colocar minhas dúvidas diante de Deus, porque Ele responde. Até dúvidas que parecem bobas, como um pai ensina o filho pequeno, Ele nos ensina.

Alguns anos mais tarde, o Senhor me abençoou com esse dom descrito em 1 Coríntios 12.

Marcelo Donadoni Pádua

O Nascimento da Laura

Nós tínhamos dois meninos e parecia o suficiente, no fundo eu não me imaginava mãe de uma menina, mas admirava quando via uma toda de cor de rosa.
O tempo era corrido em nossa casa nesta época, eu era síndica do edifício que morávamos e o Marcelo tinha 3 empregos, ele saía de casa às 6:30 da manhã e retornava às 23:00 da noite. Foi um tempo difícil!
Minha vida era um sufoco, pois o edifício e meus afazeres de casa tomavam todo tempo e paciência minha. Eram moradores me chamando pelo interfone o dia inteiro e muitas vezes durante a noite e madrugada. Eles viam que por eu ser mulher e estar sempre desacompanhada do marido, podiam abusar de minha paciência!
Bem nesta época meu filho caçula começou me pedir uma irmã, do dia pra noite ele encanou com isso e a todo o momento nos lembrava com cobrança!
Certo dia minha paciência estava mais curta do que o normal, e quando ele tornou a me pedir uma irmã, não tive dúvida e mandei ele se entender com Deus. Eu já havia explicado que eu tinha um problema e não conseguiria engravidar novamente, mas ele ignorava este fato, e sendo assim falei para ele se entender com Deus, pois só Ele poderia resolver este problema para ele.
Depois de alguns minutos meu filho volta e me diz assim: “mamãe, eu já oei pa Jesus e Ele me falou que vai me dá uma imã que chama Laula, tá bom?” Eu achei lindinho o jeito de falar dele e não dei a menor importância para a fé daquele pequenininho! Achei que ele próprio tinha criado aquela história, dei um “hã hã” pra ele e continuei com minha correria.
No dia seguinte meu filho já queria comprar roupinhas pra Laura, ficava falando o tempo todo sobre essa menina, fazendo planos etc. Eu andava nas ruas com ele, e tudo que fosse de menina, ele queria comprar. No começo achei que fosse passar logo, mas aquilo já estava me preocupando. Fui falar com minha mãe, pois ela é psicopedagoga e poderia me ajudar administrar essa situação. Ela me aconselhou a ignorar, pois passaria logo! Mas ele não desistia!
Três meses depois, estávamos nos preparando para sairmos de férias por uns dias, era dezembro e os meninos estavam animadíssimos, porque era raro termos tempo pra isso! Estava quase tudo pronto quando comecei à passar mal do estômago, achei que minha gastrite estivesse atacada, mas a coisa foi piorando e eu não tinha condições de pegar a estrada daquele jeito! Adiamos nossa viagem para o outro dia e fui ao médico, e achei um absurdo a suspeita do diagnóstico dele! O médico me pediu um exame de gravidez! Vê se pode? Dos meninos tive o maior trabalhão pra engravidar à base de tratamentos, essa hipótese de eu estar grávida assim do nada, era absurda!!! O que eu tinha que aprender é que a soberania de Deus existe, e a fé de uma criança é muito séria pra Deus!!!
Quase caí de costas quando abri o resultado e li: “positivo”, comecei à chorar no carro, estávamos eu e o Pedro. Ele me perguntou por que eu estava chorando, e falei que era porque eu estava feliz em estar grávida! Ele pegou o resultado em sua mãozinha e ficou pulando no banco do carro falando: “ela vem vindo”. Nunca mais vou esquecer aquela cena!!!
Quando chegamos ao prédio, o Pedro correu para a portaria com o resultado na mãozinha dizendo: “olha sr. Joel, minha irmã escreveu uma carta falando que ela está chegando, olha !”. O porteiro pode não ter entendido nada, mas eu entendi o poder da fé de uma criança, e como Deus honra isto!
Aquilo foi um tabefe em minha cabeça, um verdadeiro “presta atenção” de Deus em minha vida! Como aquele menininho poderia ter tanta fé e eu que já conhecia tanto de Deus ( ou melhor, achava que conhecia ), não conseguia crer como ele! Mesmo com o resultado em mãos, só me vinham as dúvidas e as preocupações de como seria daqui pra frente?
O Pedro fez exatamente como Jesus esperava que eu também fizesse, ele comemorou até ficar exausto e em momento algum transpareceu outra coisa senão alegria! Mas eu não conseguia pensar em outra coisa senão as preocupações com o futuro, enfim peguei aquela bênção linda e transformei em peso pra mim! E era justamente aí que Deus queria me mudar!
Eu estava passando muito mal com náuseas o tempo todo, e nem convênio médico eu tinha para procurar uma ajuda. Fui trabalhando a trancos e barrancos, levando um dia de cada vez.
Tudo do enxoval dos meninos eu havia doado e não tinha mais nada em casa e seria muito difícil comprar tudo de novo, pois estávamos muito apertados financeiramente!
Fui orar com uma irmã muito querida, a irmã Maria do Carmo, eu coloquei meu desespero diante de Deus, pois estava sem convênio médico, sem marido para me acompanhar, sem dinheiro, e com um caminhão de problemas no prédio pra resolver, pois estava tudo atrasado devido a minha indisposição quase que diária!
Naquele dia o Senhor me tranquilizou usando aquela irmã, Ele me disse que aquele bebê teria tudo que precisasse, e que eu apenas aguardasse o milagre diante de mim.
Os primeiros meses se passaram e eu estava no terceiro mês de gravidez, quando consegui uma consulta de pré-natal, fiquei desesperada com o descaso do médico, pois além de nem medir a pressão, não olhava nem no rosto das pacientes! Quando orei por isso, o Senhor me deu o sentimento de procurar os cartões dos outros pré-natais que fiz com minha médica do convênio e segui-lo. Assim fiz até o sétimo mês, exames foram apenas uns hemogramas que sempre davam anemia, como tenho um problema de talassemia. Esse problema foi acompanhado de muito perto nas outras gestações porque a ausência de ácido fólico pode causar sérios danos cerebrais no bebê, essa anemia é genética e precisa ser acompanhada a vida toda, principalmente em gestações; o que não deram nenhuma atenção.
Eu não tinha outra saída senão confiar no Senhor, tomar minhas vitaminas e tocar adiante. Fiz apenas um ultrassom que me foi doado por uma moradora do prédio, que tinha acesso a uma clínica de radiologia.
Nesta época o Marcelo conseguiu me colocar em um convênio, não era lá essas coisas, mas era melhor que o público! Fiz um hemograma e os médicos me mandaram imediatamente para o hematologista, pois os meus resultados eram os mesmos de pacientes que estão em grave risco de vida!
Em minha primeira consulta com o hematologista, ele ficava olhando para mim e para o resultado do exame com uma cara de espanto notória! Depois de muita análise sobre o quadro, ele me disse que não sabia como eu estava ali em sua frente, pois eu não teria condições de estar em pé devido ao grau da anemia e que meu bebê corria sério risco de vida! Então me encaminhou para a internação e me receitou um soro preto, com mais ou menos 1 litro e meio, que continha TUDO que se possa imaginar em vitaminas dentro dele!
Depois de dois dias retornei a fazer os exames e nada! Os índices eram os mesmos e os médicos não acreditavam. E assim repeti esse processo por várias semanas, e nada! O médico me encaminhou para uma transfusão de sangue alegando que eu não suportaria uma cirurgia como a cesárea. No mesmo instante recusei, pois isso é muito arriscado para o bebê! O hematologista se recusou a continuar me acompanhando depois de minha recusa, ele alegava que não poderia fazer mais nada e era pura loucura eu passar por um parto naquela situação. Não me importei, sabia que o mesmo Senhor que tinha feito o milagre de minha gestação, cuidaria de nós duas!
Fomos para casa e oramos por isso, todos ao redor estavam em pânico, eu iria para um parto de alto risco sem saber em qual hospital ou quem faria o parto, nem cartão de acompanhamento eu tinha! Mas eu estava em paz, não sei como consegui atingir aquele nível de entrega, só sentia o tempo todo algo me dizendo que Deus estava no controle! E estava mesmo!!!
Lembro do dia que fui orar por meu parto, que Deus não soltasse de minha mão nenhum instante, eu me sentia ao mesmo tempo muito tranquila e triste por estar passando um momento como aquele! Quando fui me entregando em minhas orações, ouvi nitidamente uma voz me perguntando onde e com quem eu gostaria de ter meu bebê!
No primeiro instante titubeei em responder, mas em seguida reconheci aquela voz em meu interior, e coloquei todos os desejos de meu coração diante do Senhor. A única coisa que ouvi em seguida foi a pergunta se eu conseguia crer que Deus poderia atender todos aqueles desejos. E respondi que sim sem dúvida alguma!
A partir daquele dia tudo começou chegar aos meus olhos, a Laura ganhou um quarto todo coordenado desde a lixeirinha até o berço, com cortinas, trocador, enfeite de porta pro hospital, carrinho, babá eletrônica, e um enxoval completo!!! O Marcelo tinha uma amiga que havia tido um bebê há um ano, e queria trocar a decoração do quarto de seu filho, mandando para mim tudo o que era de bebê! Ficou lindo, até cadeira de balanço Deus me abençoou!
Nenhum de meus filhos teve um quarto tão lindo e com tanto enxoval, como a Laura! Depois daquele presente de Deus, sabia que tudo iria dar certo.
As mulheres do prédio fizeram um chá de bebê e arrecadaram muitas fraldas descartáveis, aliviando o nosso orçamento. Faltava apenas 30 dias para o parto e o Marcelo foi enviado para os EUA a trabalho, devendo ficar por lá uns 15 dias. Foi muito difícil ficar sozinha naquelas condições, eu chorava literalmente todos os dias, quase não conseguia falar com o Marcelo quando ele me ligava, só chorava!!!
Estava tudo pronto para o parto e eu continuava crendo que Deus era fiel comigo e que eu não estava sozinha!
O Marcelo chegou faltando uns dias para o parto. Foi quando soube que sua empresa tinha feito um convênio médico para os funcionários, mas estaria valendo só para o outro mês! Ou seja, não daria tempo!
Liguei para meu antigo médico e expliquei a situação, ele me disse para ir até lá fazer uma consulta e que esperaria o convênio liberar tudo depois. Assim fui.
Chegando lá imediatamente ele diagnosticou que meu útero estava prestes a romper, e que se isto acontecesse não daria tempo de salvar mãe e filha, por isso me mandou para onde? Para o hospital que eu havia pedido em oração a Deus, e me falou que faria o parto e que depois acertaríamos as questões burocráticas do convênio. Em uma hora já estava no hospital me preparando para o parto! Eu nem podia acreditar, era o hospital que pedi, o médico que pedi, tudo certinho... Só não sabia como íamos acertar tudo aquilo, pois o médico espera pra receber, o hospital não! Mas Deus é fiel!
Um amigo e irmão em Cristo que trabalhava com o Marcelo viu a nossa situação e acelerou o processo da adesão do convênio. A Laura nasceu dia 2 de agosto à noite, e dois dias depois do parto, exatamente no dia de acertar a conta com o hospital, a liberação do convênio saiu, e como era plano empresarial não teria carência, sendo assim o convênio arcou com todas as despesas e eu tive minha filha no lugar e com quem eu queria, pra honra e glória do Senhor!
Outro detalhe que me esqueci foi que quando cheguei na sala de parto, me deram a anestesia e em seguida meu útero rompeu, mas como já estava tudo pronto, conseguiram tirar a Laura e estancar a hemorragia uterina a tempo, pois é justamente ela que causa o óbito.
Hoje estou aqui testemunhando tudo isto, pra que o Senhor Jesus seja exaltado, e que a fé de todos que lerem, sejam edificadas em Cristo!
Minha filha é uma bênção em nossas vidas e será sempre uma prova viva do amor de Deus por nós! Obrigada Pai!

Cecília Vassiliades Padua
03/12/07

domingo, 5 de setembro de 2010

Futuro dos filhos

Desde que eu e o Marcelo nos casamos, nossa vida foi e tem sido um recomeçar constante. Não nos casamos sem nada, pelo contrário, nos casamos com um terreno quitado e em um ótimo lugar, uma moto praticamente zero quitada , tínhamos todos os móveis, morávamos em uma excelente casa sem pagarmos aluguel ( era emprestada pelo pai do Marcelo ) e um ótimo emprego para o Marcelo! O que mais nos faltava? Por que não tivemos continuidade a esse próspero começo?
Nem tudo que se começa bem termina bem, essa foi uma lição que aprendemos com o tempo. Só um fator pode nos dar certeza de sucesso na vida; ter Jesus na liderança de tudo, porque mesmo tendo tudo no início o risco de se perder tudo é muito grande!
Planejamos nossa vida, nos sentíamos preparados para trilharmos nossa autonomia na vida, e o que deu errado?
Hoje, com 15 anos de casados vemos que o erro não foi somente nosso, o que passamos foi uma consequência do que recebemos de nossos pais e do que escolhemos para nós!
O Marcelo recebeu pouquíssima instrução na Palavra de Deus e por outro lado recebeu muita instrução de preparo educacional, fala duas línguas, excelente faculdade, estudou sempre em ótimos colégios etc.
Eu recebi pouca instrução da Palavra de Deus e pouca instrução educacional também, mas por outro lado já havia experimentando na pele o sustentar de Deus desde criança! E começamos uma nova família com essa bagagem!!!
Em Provérbios 3:5 diz “ Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento “. Esta passagem sempre esteve na Bíblia, eu e o Marcelo é que nunca julgamos necessária a leitura da Bíblia em nossas vidas e por isso continuamos a caminhar ao contrário do que diz Provérbios 3:5, este foi nosso erro!
Nós não dávamos importância para a Palavra como caminho realmente, porque nunca tivemos essa direção em nossas casas, não recebemos este ensinamento de nossos pais! Recebemos sim, que Deus é grande (mas quanto?), que Deus cuida (mas como?), e que Ele está em todos os lugares etc. Tudo muito vago e superficial. Não que fosse de propósito, mas foi também o que nossos pais receberam, nós colhemos os frutos de várias gerações!
Todos os pais tem a escolha de como vão instruir seus filhos, isso pode ser pelo modo mais fácil que é dando o que se recebeu, ou escolhendo mudar a história de gerações!!
Quando falamos em mudanças parece doloroso, e é! Mas a boa notícia é que quando optamos mudar para mais perto de Jesus, teremos TUDO para crescermos e sermos abençoados. Teremos consolo, suprimento em todos os sentidos, curativos espirituais, e a voz do Espírito Santo como nossa direção.
Tínhamos garra e muita confiança... Em nós mesmos, mas fomos lutando e Satanás também!
Logo que casamos, joguei fora a oportunidade de guardarmos dinheiro para o futuro não pagando aluguel e resolvi que mudaríamos para Sumaré (nesta época eu nem sabia o que era submissão ao marido), bati o pé por mero capricho de insegurança de estar longe de meus pais. Troquei uma casa grande de esquina só nossa, por dois cômodos ao lado da casa de meus pais!! Deus me abençoando e eu com frescura de insegurança, mais uma vez porque não conhecia a Palavra, pois se tivesse lido em Salmos 34:7 que diz “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.”, não teria colaborado para o início de nossa decaída!
Morando em dois cômodos tudo fica mais difícil, ainda mais no início de uma vida à dois. O Marcelo trabalhava o dia inteiro na loja de seus pais, outro erro de insegurança, pois ele havia recebido proposta de emprego em excelentes empresas, mas se sentiu mais seguro vendendo queijo de bar em bar com o pai e assim ficava cada vez mais difícil de fazer nossa vida sozinhos como diz em Gênesis 2:24: “ Por isso deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher como uma só carne.”
A Bíblia é o manual de vida, sem ela é impossível termos uma vida abençoada e em paz!
Quase dois anos de casamento já haviam se passado e fiquei grávida de meu primeiro filho, com isso os dois cômodos ficaram inviáveis, e os pais do Marcelo já haviam dado outro destino à nossa antiga casa, portanto não tínhamos como voltar pra lá!
Resolvemos financiar um apartamentinho em um condomínio popular em Sumaré, só que como todo financiamento bancário, exige um milhão de documentos e a burocracia é tremenda. Por causa do trabalho do Marcelo sem registro, nos mudamos quase um ano depois e à base de falcatruas de documentos pra conseguirmos a liberação do financiamento (o desespero e falta de Deus nos leva ao pecado).
Demos a moto do Marcelo como entrada e nos mudamos. Nosso filho já havia nascido e aqueles dois cômodos ficaram um aperto só até nossa mudança!
Com tudo mais organizado (aparentemente), fomos levando a vida como todo crente sem compromisso com Deus! Mas o devorador nos rondava e nos assolava sem que percebêssemos no início.
Dois anos depois a coisa começou apertar, pois as parcelas do apartamento ficaram cada vez maiores, pois sem a direção de Deus nos enfiamos em um contrato de “nó cego”, e fomos ver isso só depois. E como todo mundo do mundão, só resolvemos procurar aquele que sempre ouvimos falar, mas nunca tínhamos tempo pra conhecer; Jesus Cristo, depois que a coisa ficou feia, é claro!
Começaram aparecer os defeitos um do outro cada vez mais em nosso casamento, o Marcelo se afundou em trabalho e faculdade à noite, eu cuidando da casa e de nosso filho, e a distância cada vez maior entre nós dois!
Tudo parecia um pouco entediado, pesado e não era nem um pouco parecido com aquele conto de fadas que tínhamos sonhado. A desilusão era crescente e sempre me sentia sozinha, como que faltando algo. Foi aí que cheguei à conclusão que queria mais um filho, pois nosso primogênito já estava com 2 anos e não queria esperar para ter outro filho. Comecei o tratamento e alguns meses depois estava grávida! Minha segunda gestação foi perturbada e cheia de problemas com a família do Marcelo, eles não aceitavam muito minha segunda gravidez (nunca entendi o porquê, esta rejeição perdura até hoje com meu segundo filho), os ataques do inimigo partiram para um patamar mais agressivo e com o nascimento de outro filho, o estresse do parto, a ausência quase permanente do Marcelo e aquele sentimento de solidão cada vez maior, me transformei em uma mulher fria e distante.
Tentamos lutar contra o banco do financiamento, tentando trazer as parcelas pra um preço justo, mas foi em vão. Muitos moradores abandonaram seus imóveis por não terem condições de honrarem os pagamentos e nós fomos um deles!
O único jeito dado a nós pelos advogados foi este ou pagarmos uma fortuna pra eles brigarem durante anos na justiça, correndo o risco de perdermos do mesmo jeito. Então pegamos aquele terreno quitadinho e demos como entrada em outro imóvel financiado direto com a construtora e mais o nosso único carro. E lá fomos nós pro buraco mais um pouco, e sempre achando que fazia parte da luta!
O antigo apartamento, o pai do Marcelo pegou para ele, e pediu para darmos uma procuração dando à ele o direito de administrar o imóvel perante a justiça, mas tudo o que havíamos pago anteriormente durante 5 anos ficou pra trás, não recebemos nada dele!
Recomeçamos tudo de novo do zero, sem carro, com uma dívida de financiamento tudo de novo (desta vez olhamos o contrato direito), e agora com dois filhos pra criar!
Foi nesta época que começamos buscar o Senhor de uma maneira mais profunda, por puro desespero, mas saímos do marasmo espiritual. Nesta época o Marcelo já havia se convertido, se batizado em uma igreja evangélica e aprendíamos mais um pouco de Deus naquele lugar.
Comecei á frequentar um grupo livre de estudo bíblico com algumas senhoras durante minhas tardes ociosas, e foi lá que conheci o poder de Deus e passei à ver alguns de nossos erros, mas ainda não conseguia mudá-los.
Algum tempo depois percebi que se nós quiséssemos bênçãos, teríamos que fazer uma escolha de mudança radical em nossas vidas e teria um preço à ser pago por essa decisão. O Marcelo e eu colocamos tudo isso diante de nós e de Deus, oramos juntos (coisa antes nunca feita), e começamos a reforma. O que cabia a nós tirar de nossas vidas estávamos fazendo, mas tínhamos muita coisa à aprender ainda com Deus!
Nós não tínhamos bagagem espiritual nenhuma, ela tinha que ser adquirida no próprio casamento. É isso que quero enfatizar, nós estamos sempre preocupados com o futuro de nossos filhos, com a educação, as amizades, a saúde e não percebemos que a bagagem principal é a espiritual. Sem ela todo o resto se perde quando tentamos voar sozinhos!
Estou aqui abrindo nossa vida para alertar você que ama seus filhos ou pretende tê-los, cuidar da vida de um filho vai muito além de suprir aquilo que ele precisa no dia a dia, com roupas, comida, lazer etc. O que você vai plantar na vida espiritual dele é que vai determinar o seu futuro de verdade!
Eu e meu marido colhemos muitos problemas, dores, e angústias que poderiam ter sido evitadas com uma semente de Deus desde nossa infância.
Filho é uma esponja, ele capta tudo que os pais fazem, mais do que aquilo que os pais falam. Por isso nossas atitudes perante eles valem muito! São nos problemas do dia a dia que eles enfrentam com vocês, que a diferença é estabelecida e a semente de Deus é plantada! Devemos ensinar nossos filhos sobre quem é Deus, sua importância em nossas vidas e como ele está perto de nós e nos ama. A Palavra de Deus deve ser lida sempre para eles, mas acima disto tem que ser vivida na vida da família!
Em Prov.22:6 diz “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele.” A Palavra de Deus tem que ser ensinada à eles, e essa tarefa cabe primeiramente aos pais, depois à igreja.
Quando os pais recebem a notícia da gravidez, já começa o trabalho perante Deus, as orações por aquele bebê ainda no ventre e as bênçãos e profecias que lançamos sobre ele, terão um poder imenso sobre a vida dele!
Como eu e o Marcelo só recebemos instruções do mundo e maldições (muitas vezes lançadas por nossos pais involuntariamente), o resultado só podia ser aquele mesmo!
Nesta época aprendemos que Deus cuidaria de tudo e achamos que era só viver e que Deus iria pagar nossas contas! Faltou dizer-nos que para isto é preciso caminhar com coerência e administrar o dinheiro com sabedoria, como mais uma vez encontramos a resposta na Bíblia em Mateus 25:14-30, que nos ensina através da parábola dos talentos como fazer isto!
Como não conhecíamos ainda esta passagem, literalmente abandonamos os cuidados com a conta do banco e mais uma vez nos vimos em dívidas, que para sairmos dela, trocamos o apartamento de 3 quartos por um de 1 dormitório em construção que custava o valor do que nós já havíamos pago no de 3 dormitórios. O detalhe é que nossa família não cabia nele, então fomos para o aluguel.
Moramos de aluguel durante 3 anos, até o Marcelo conseguir um emprego bem melhor e podermos começar a reconstrução tudo de novo!
Quando olho pra trás, vejo muita perda de tempo, dinheiro e felicidade. Tudo porque tivemos que aprender a trancos e barrancos, da maneira mais dolorosa!
Hoje pagamos ainda por erros cometidos anteriormente, mas hoje temos a Palavra de Deus como nossa luz e assim o que nos é acrescentado de bênçãos, ninguém nos tira! Todos nós estamos sujeitos a errar, mas se prepararmos nossos filhos de acordo com a Palavra, a colheita deles será melhor que a nossa!
Nunca podemos nos esquecer de que prestaremos conta à Deus um dia, sobre o que fizemos com a vida de nossos filhos e como os preparamos. Pois Deus os confiou a nós! Cuidemos deles com excelência, como tudo que fazemos ao Senhor!
Filho é coisa séria e o amor de Deus por nós também. Glória a Deus!!!

Cecília Vassilíades Pádua
30/11/07